sábado, 9 de maio de 2020

Parasha Semanal: Sefer Vayikra (Acharei Mot)



No dia em que os filhos de Aharon, Nadav e Avihu faleceram, Elohim disse a Moshê: "Veja que seu irmão Aharon não repita o erro de Nadav e Avihu! Porque desejavam tanto aproximar-se de Elohim, entraram no Kadosh Ha'kadoshim, Santo dos Santos sem permissão. Por causa disso, foram punidos. Nenhum judeu, exceto o Cohen gadol, deverá jamais entrar no Santo dos Santos. A Shechiná ali repousa. Mesmo Aharon, o Cohen gadol, pode entrar ali apenas quatro vezes em Yom Kipur para fazer o serviço. Se entrar uma quinta vez, será punido por Elohim." Havia apenas uma pessoa que era diferente: Elohim disse a Moshê: "Você, Moshê, é diferente. Pode entrar no local mais sagrado a qualquer hora que desejar, porque você é extremamente santo." Elohim ensinou Moshê o serviço especial de Yom Kipur. Explicaremos aqui algumas das leis principais: O próprio Cohen gadol deveria realizar todo o serviço no dia de Yom Kipur Todos os corbanot de Yom Kipur eram oferecidos pelo próprio Cohen gadol, não por qualquer outro Cohen. Por que? Neste dia Elohim perdoa os pecados do povo judeu. Por isso, os corbanot (sacrifícios) eram tão importantes que deveriam ser oferecidos pelo Cohen mais sagrado de todos, o Cohen gadol.
Um Cohen gadol usava oito vestes enquanto fazia o serviço. Destas oito, quatro não continham ouro. Em Yom Kipur, antes que o Cohen gadol entrasse no Santo dos Santos, removia suas quatro vestes de ouro para que ficasse apenas com as quatro de linho branco. Por que? Como Elohim perdoa os pecados do povo judeu em Yom Kipur, o Cohen gadol deve ser muito cuidadoso para não permitir que o anjo acusador ache alguma coisa para criticar sobre Benê Yisrael. Se o cohen gadol vestisse vestes "de ouro", o anjo acusador apontaria para o ouro e lembraria Elohim : "Benê Yisrael fez um bezerro de ouro!" Uma outra razão pela qual o Cohen gadol vestia apenas túnicas de linho ao entrar no Santo dos Santos era que vestes de linho são brancas. O branco sugere pureza e perdão. Isso demonstra que o Cohen gadol está pedindo a D’us que perdoe os pecados de Benê Yisrael.
O nome de Elohim é tão sagrado que quando lemos a Torá ou quando rezamos, não pronunciamos as letras do nome de D’us como são escritas. Ao invés disso, dizemos A-donai, que significa "Meu Mestre." Entretanto o Cohen gadol em Yom Kipur tinha que pronunciar o nome Divino – Yud Hey Vav Hei – por completo. Ele pronunciava este nome dez vezes em Yom Kipur. Quando as pessoas no pátio ouviam o sagrado nome de Elohim sair da boca do cohen gadol, todos se prostravam e respondiam: "Baruch Shem Kevod Malchutô Leolam Vaed"– "Bendito seja o nome (de Elohim) que Seu glorioso reino perdure para toda a eternidade." Sempre que o nome de Elohim era mencionado, este era louvado. Esta era uma regra do Bêt Hamicdash: quando o grande nome de Elohim era pronunciado, deveria ser louvado. O Santo dos Santos era a parte mais sagrada do Bet Hamicdash , porque a Shechiná repousava entre sobre a arca. A Shechiná é tão sagrada que a pessoa não pode vê-la completamente enquanto vive. O grande tsadic, Moshê, pode ver a Shechiná apenas "por trás". O Cohen gadol em Yom Kipur nunca viu a Shechiná claramente, porque quando queimava o incenso no Santo dos Santos, a fumaça enchia o aposento. Mesmo assim, apenas um homem muito santo sobreviveria ao entrar no Santo dos Santos. Antes que o Cohen gadol entrasse, uma corrente era presa a seu pé. Ele era puxado para fora caso morresse lá. O Cohen gadol ficava temeroso quando entrava no local mais sagrado. O que lhe dava coragem era saber que grande zechuyot (méritos) o acompanhavam. Elohim o protegeria especialmente por causa destes grandes méritos: a Torá, o brit-milá, o Shabat, a cidade de Yerushalayim e as Tribos de Israel.